UOL

quarta-feira, 28 de março de 2012

A função social do medicamento genérico

A função social do medicamento genérico

Longe de eventuais diferenças entre os atores de cada segmento da indústria farmacêutica, no campo acadêmico os genéricos no Brasil são vistos como fator extremamente positivo na democratização do acesso aos medicamentos.

“Qual é o principal fator favorável ao desenvolvimento da indústria de genéricos no Brasil? O custo dos medicamentos. Com a liberação das patentes dos medicamentos que já haviam ultrapassado aquele tempo limite, os preços desses medicamentos caíram 30%, 40%. Então, o medicamento genérico tem um apelo social muito grande, porque, na realidade, um dos grandes problemas no país é que a população que ganha até três salários mínimos (o equivalente a R$ 900, ou pouco mais de US$ 400) não tem condição de custear saúde, nem medicamentos. Com os medicamentos genéricos, diria que a população pobre começou a ter mais acesso aos remédios, coisa que antes não acontecia”, considera o professor Geraldo Alécio de Oliveira, coordenador do Curso de Farmácia da Universidade Anhembi Morumbi.

Para Geraldo de Oliveira, “o mercado de genéricos veio trazer saúde no sentido amplo para nossa população mais pobre. Acho que o grande ponto de política de saúde no Brasil nos últimos anos foi a abertura do mercado de genéricos”.

O programa é também elogiado por uma profissional que se dedica a um segmento intimamente ligado ao consumidor, a farmacêutica Naira Villa Lobos Vidal de Oliveira, do Ministério da Saúde e da Farmácia Universitária da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro): "Eu bato palmas (para o programa) pois acho que a grande bandeira dos genéricos é a questão da qualidade do produto. Nisso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) investiu muito em fiscalização dos laboratórios que começaram a produzir genéricos. Esta é uma coisa que a gente precisava, tínhamos um problema sério na questão da qualidade dos produtos fabricados aqui no Brasil".

Para ela, o importante é que as pessoas passaram a ter mais condições de comprar medicamentos. “É claro que quem não tinha acesso, continua a não ter. A situação melhorou para as pessoas que já podiam comprar e passaram a comprar com preço menor. Agora, quem não tinha condições de comprar remédios, cerca de 40% da população, continuou a não ter", avalia Naira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário